segunda-feira, 4 de maio de 2009

UEC: campeão mineiro da série B de 1999

Uma temporada memorável. Tinha tudo para ser desastrosa que se transformou em um dos maiores marcos do Uberlândia Esporte. Parceria de sucesso com um time. Mas antes, quero recordar o ano de 1998. O presidente eleito se afasta, assume o presidente do Conselho ao meio de brigas com representantes do parceiro gaúcho. Ano marcado para Cuca, técnico do Flamengo-RG, debutante ao cargo, assume com objetivo de levar Uberlândia Esporte para série A do Mineiro 1999. Objetivo não foi conquistado, mas, com saldo positivo: revelou e ergueu pratas da casa.
Janeiro de 1999 inicia com inúmeros sonhos para os atletas formados no UEC e os do ônibus de Belo Horizonte, atletas da base do Galo e a um profissional de renome do Futebol Brasileiro, ex -Preparador Físico que então seria o Treinador responsável na montagem do grupo. Mal sabiam que se iniciava uma grande peneira. A peneira foi uma guilhotina impiedosa para muitos, e os eleitos foram pouquíssimos do UEC, e completada, com a grande maioria vinda de Belo Horizonte. Atletas formados nas bases do Galo, tornando-se moeda humano, utilizada para pagar a compra das revelações do próprio UEC. Assim começa a primeira parceria de sucesso com time de futebol de renome nacional. Uma temporada marcada de muito profissionalismo, comprometimento e dedicação. Os trabalhos eram administrados e controlados, nos seus maiores detalhes. Com treinamentos intensos diariamente e controles de horários. O time do modulo B era formado de atletas jovens, recém formados das bases de ambos times, mesclados de alguns atletas mais experientes. Receita encaixou dando liga, entrosamento, um bom time tecnicamente, que soube jogar no seu palco maior, Sabiá como fora de casa. Não bastava apenas ser bom tecnicamente e fisicamente, é preciso ter um elemento importante em um grupo, União. Essa unidade era vista e sentida por aqueles que participaram no seu dia a dia. Saímos juntos, fazíamos confraternizações e nos divertiam a todo momento. Relembrando alguns momentos que confirmam essa união, liberdade e socialização: os treinamentos- na roda de bobo, onde aproveitávamos para gozar do colega, e quando pegava um cone e utilizava de microfone, faziam varias brincadeiras como: anunciar a morte de algum membro da comissão técnica, escondido deles! Nas concentrações, no Ninho do Piriquito, onde um atleta da atual seleção boliviana, ficava nu correndo nos corredores, e nas concentrações de hoteis , onde ligávamos para um goleiro reserva, que tinha apelido de lobisomem, ficávamos soprando no telefone do seu quarto, quando ligava para um atleta cedo e avisava-o que tinha um repórter solicitando uma entrevista no saguão, e até mesmo em momentos difíceis, como apoiar o treinador de excluir o nosso principal artilheiro por indisciplina, entre outros. Com ambiente propício, os resultados viriam ser confirmados dentro de campo. Mas, não foram apenas alegrias que vivencíamos aquele campeonato. Na primeira fase o jogo em Uberaba, no clássico regional, ganhamos de 1(um) a 0 (zero), teve uma confusão generalizada, chegando à agressões físicas, o jogo em Ituiutaba, ganhamos pelo mesmo placar, acrescentado de mais brigas, aquilo sim, foi uma confusão histórica na Fazendinha. Em toda jornada temos o divisor de águas, e nesse ano foi em Guaxupé, com a ameaça de demissão do técnico antes da partida, uma preleção emocionante, tínhamos que dar a resposta a ela, que até então só tinha contribuído conosco. Ganhamos de 1 a zero. Chegamos ao Hexagonal, time embalado, classificamos para uma final, a última do modelo de disputa do modulo B. Final disputada com três jogos emocionantes. O Primeiro em Ipatinga. Véspera dessa grande final, no sábado em entrevista a televisão local, o presidente arrogante, afirmava que ganharia fácil. Ganharam de 2 a 1, com um detalhe importante, quando jogo empatado o atleta de Ipatinga faz o segundo gol, e veio comemorar no nosso banco, na frente. Isso sem dúvidas decretou o fim triste da jornada do Ipatinga e a nossa grande virada. Jogo de volta, domingo a tarde, casa com um bom público, devolvemos a vitória. Terceiro e último jogo, terça-feira a noite, agora sim, casa cheia. Num jogo emocionante vencemos por 2 a 1 e sagramos campeões mineiros da série B.O UEC no lugar que merece, série A.